Voz do Professor

Palavras têm poder na voz do professor

Nildo Lage

Palavras vão além de emissões de voz, eficazes agentes no processo de comunicação… Dicções, conjuntos de letras, fonemas… Palavras transcendem termos vocábulos, por transportarem toneladas de expressões, grandezas de linguagens, quilíades de definições intrínsecas… Palavras ninam a alma, suavizam o espírito para acalentar o eu… São conexões com o coração, ilustram sentimentos… Linhas diretas com a mente, expressam ideias brilhantes e projetos grandiosos, revelam cobiças, exprimem o bel-prazer, proclamam boas-novas, dão asas à fantasia, declaram o amor, persuadem multidões, aproximam, separam, dilatam horizontes, abrem janelas, cerram portas.

Palavras podem ser primitivas, derivadas; ter afixo, prefixo, radical; ser bonitas, feias, pequenas, grandes, duras, tristes, alegres, positivas, negativas, de baixo calão, de amor, de carinho, de aversão…
Palavras têm poder. Poder para repreender, absolver, enaltecer, arrebatar sorrisos, extrair brados, regozijar o íntimo, consternar a alma… Poder para devastar corações, eliminar objetivos, interromper sonhos, suprimir propósitos… Têm tanto poder que arrebatam lágrimas… Proporcionam contentamento.

Ante tamanha influência, não podemos negar que palavras exprimem o que habita em nós, e nem é preciso alçarmos o tom, tampouco o infligirmos, para salientarmos o seu poder…
O seu toar é alerta, rota que conduz às descobertas… Pois palavras educam, ensinam, transformam comportamentos… Vidas.

E é na plenitude da sua nobreza que palavras têm poder na voz do professor… Pois professor é um superoficial que não necessita recorrer a armas atômicas para dominar o território e cumprir a missão de formar para a vida.

Qual é o educador que não conserva na memória lembranças do professor que marcou a sua vida? Essa marca se torna ponto de alusão na vida pessoal, a ponto de transcender a vida profissional, por se converter na mola propulsora… A única menção de que ser professor ainda vale a pena. Pois, assim como recebeu, não contém gestos, atos, atitudes para compartilhar saberes, conteúdos e, dessa forma, edificar vidas.

C é um exemplo. Palavras têm poder na sua voz. Não exclusivamente por ser professor de Língua Portuguesa e manejar a língua-mãe com maestria, a ponto de brincar com as palavras e fazer equilibrismos com os versos, para salientar nas entrelinhas um aprender espontâneo… Todavia, por dosar com sabedoria as palavras e atuar com prudência nas salas do Ensino Fundamental II.

Pleno verão, quinto horário… Um calor de quarenta graus parecia cozer o cérebro… C investe pelo corredor com sua carregada mochila… Aborda a porta da sala 6 do 9º ano, contempla seu interior e se depara com uma quebra de braços entre A e B.

A se acha o nerd da turma e assegurava piamente que a terra é redonda, pois todas as fontes pesquisadas asseveram.

B replica, afirmando categoricamente que a terra é quadrada, pois a Bíblia declara que a Palavra será apregoada “nos quatro cantos da Terra”.

A competição, de tão acirrada, aliciou a turma, que se dividiu em duas torcidas. A temperatura se içou, e a discussão progrediu… Chegou ao bate-boca. Estavam tão submergidos que entrou, estacou diante da mesa e se conservou silencioso, à espera de ser notado.

Minutos depois, alguém brada no fundo da sala:

— Olhem para a frente!

Todos os olhares se voltaram, encontraram o professor, e A reagiu:

— Professor C, a Terra não é redonda?

O interpelado não replicou. Sequer manifestou qualquer reação.

A discussão reiniciou ainda mais intensa.

Sem pressa, o professor C abriu a mochila, contraiu um piloto e, taciturno, como se a contenda não discorresse à sua frente, ofereceu-o ao rumoroso educando.

— O que farei com isso? — A replicou prontamente, salientando o objeto sem entender as intenções do professor.

— Delineia a terra segundo o seu entendimento!

Ato contínuo. A ficou de pé, prostrou-se diante do quadro, delineou o globo terrestre e esperou o próximo comando.

— Esboce os trópicos de Câncer e Capricórnio!

A traçou a linha imaginária, interligando os hemisférios Norte e Sul.

Como o professor se conservou silencioso, A reagiu:

— Aonde pretende chegar?

— Aos quatro cantos da Terra! — o tom brando desarmou o adolescente.

— Como? — atenuou instantaneamente para cortês.

— Trace a Linha do Equador! — proferiu ainda mais baixo.

A voltou a cumprir a tarefa.

O professor não se manifestou, e A voltou a reagir, desta vez educadamente:

— E daí?

— Conte os cantos!

A retrocedeu o olhar atraído pelo silêncio pesado que desabou no ambiente e percebeu que todos estavam focados.

— Um, dois, três… Quatro… QUATRO?

— A Terra tem quatro cantos?

— É… Tem… — balbuciou como se não admitisse
a derrota.

— Tinha absoluta certeza! — B reagiu eufórico, ficando de pé, voltando a agitar a turma. — A Terra tem quatro cantos!

Bastou um olhar para o afoito B recuar, sentar e o silêncio voltar a reinar.

— Estou certo, professor C? — o tom de B passou de abrasivo para tenso.

— Negativo!

O olhar do interlocutor perdeu o brilho e emudeceu, a ponto de deixá-lo desconcertado diante da turma.

— Como? — balbuciou.

— A Terra tem quatro cantos graças às linhas imaginárias… Não é quadrada… Explorações espaciais confirmam que a Terra tem formato esférico e é rebaixada nos polos! — encarou os competidores com um sorriso simpático. — Estão de parabéns!

Com um gesto, todos ficaram de pé e aplaudiram A e B. O professor C prosseguiu:

— São discussões como esta que agenciam o conhecimento e, consequentemente, o desenvolvimento humano… Este é o exato motivo de estarmos aqui… Aprendermos com o outro para crescermos juntos!

Assim, afiançou que palavras têm poder na voz do professor, quando proferidas para alcançar o desígnio de instruir. O agir coeso não apenas ratificou que “palavras têm poder na voz do professor”, como deixou o alerta aos que pisam o chão da sala de aula: para não serem pegos de surpresa nas armadilhas do ensinar, é preciso manusear a ferramenta que agencia o equilíbrio profissional: o conhecimento, que, aliado à resignação, à empatia, expande a criatividade, que convida a versatilidade a se envolver como parceira para promover o entendimento discente.

Tais características se tornam elos que perpetram a junção do conjunto de habilidades, com a gama de competências essenciais para o eficiente atuar docente. E o extraordinário: tais atributos se tornam divisores de águas que distribuem, no seu devido quadrado, profissionais que transitam pelas dependências de uma escola. De um lado, o professor — de formação — e, na outra extremidade, o educador, cujas palavras aliciam, dissipam conflitos… Assim, temos que sujeitar aos ecos que retinem à nossa volta e admitirmos que palavras — verdadeiramente — têm poder na voz do professor.

De repente, a Covid-19 invade o Planeta Educação.

Antes de entregarmos o troféu ao herói da Educação — o professor —, vamos tecer a realidade… A Covid-19 foi implacável… Passou a régua, não teve clemência, até mesmo dos jovens que acreditávamos não serem do grupo de risco. O carrasco corona bateu o martelo e decretou a sentença: “Todos à mercê da minha vontade, expostos à minha hipercontaminação, têm três alternativas: enclausuramento coletivo por tempo indeterminado, mascarados ou infecção e morte!”.

A humanidade entrou em revulsão… Retrocedeu… O planeta estacou ante a dimensão da pandemia. Não foi o suficiente para despertar a consciência. Mesmo com advertências e punições, desobedecemos. Saímos de cara limpa… Dezenas de milhares pagaram com a própria vida… Não teve jeito… Fomos impelidos a nos submeter às imposições, a nos adaptar à nova forma de vivência e convivência.

A única que não teve problemas para se isolar foi a Educação, pois, há tempos, a máscara caiu, estava isolada entre as cordilheiras de ranços e fracassos. Sem norte, passou a bola para o professor. Este foi posicionado sem suporte nem aporte no epicentro da crise. O que fazer? Como vencer uma guerra sem armas, lutando contra um inimigo invisível e implacável, para desempenhar o seu ofício? Sem ferramentas digitais, é possível afiançar o aprendizado nas circunstâncias em que estamos para não perdermos o ano letivo?

O tapete que encobria o entulho foi removido… O buraco negro da Educação foi descoberto pelo professor que fazia malabarismo na sala de aula para que a aprendizagem do seu aluno sobreviesse… De repente, a Covid-19 fecha o cerco, cerra as portas da escola! O professor correu em busca de suporte… De repente, nada! Nada de apoio da escola, nada de apoio do sistema… O que fazer? Cumprir a carga horária nas redes sociais batendo papo com pais e alunos das turmas? Como desenvolver aulas para aplicar os conteúdos? Sem retorno.

De repente, questionamentos são arremessados no buraco negro da Educação, e o professor foi posto à prova. Deu-se início à batalha para honrar o compromisso, e, na tentativa de suplantar obstáculos, ele tomou ciência da dimensão do colapso na Educação. Estacou. Bradou em busca de socorro. Foi inútil. A Educação não despertou da hibernação histórica, revelando que não se dispunha de ferramentas para auxiliá-lo na quarentena.

Não abdicou e perseverou à caça de respostas: Como trabalhar competências? Competências? Que competências? Põe a mão na cabeça… Olha em todas as direções. Alguém pode informar onde transitam competências, habilidades e atitudes que os alunos dilatam? Onde se oculta o conhecimento? Volta-se para o responsável: E aí, sistema? Maquiou, engessou e não inseriu na escola as ferramentas digitais… Conservar-se-á imóvel? Para onde vamos? Como atuaremos no regresso?

Não teve jeito. A ficha do sistema não caiu para apreender que aprender é um processo e que o ambiente escolar, mesmo com tantos problemas, conflitos, deficiências, ainda é o espaço que promove o incremento de competências, excepcionalmente socioemocionais.

O retorno estabelece professor munido, e este redirecionou a ótica de formar, pois as buscas para não deixar seus alunos ao aquém ativou a criatividade; aprendeu a manusear ferramentas digitais e a reconstruir conhecimentos para afrontar a nova realidade… Deu um passo adiante, aproximou-se da família, que se viu impelida a se envolver no processo educacional para auxiliar na organização dos trabalhos escolares dos filhos; achegou-se ao aluno que, na busca de cumprir tarefas online, desvendou o protagonismo, delineando para o educador pontos de desequilíbrio que o auxiliam na identificação das dificuldades que devem ser trabalhadas; e mais: o professor descobriu que trabalhar o individual é uma metodologia infalível para proporcionar um aprender ininterrupto, e isso era tudo que faltava para preencher o espaço que aparta a aplicação de conteúdos da aprendizagem, destacando que a transformação do ensino é a nova tendência que deve sobrevir ao final do isolamento.

O professor, no percurso de investigações para encontrar alternativas para abrandar o colapso, aprendeu a gerir situações, muitas vezes, de risco — ao sair do isolamento para entregar atividades — e, para tal, permitiu que a criatividade fluísse. Quando intuiu, atuou, adotou deliberações que instigam alunos e famílias a se aproximarem, e, assim, problemas complexos que a escola enfrentava, como atrair a família para auxiliar na formação, foram sobrepujados. Em muitos casos, a inteligência emocional foi moldada de forma involuntária.

Ante tantas mortes, tanta instabilidade, tantas incertezas, tantas perdas, tanto medo, foi desvendado aos viventes como é bom viver; ter liberdade; poder tocar, abraçar, sentir o outro… Tal descoberta se tornou farol que ilumina a vida, focando no propósito maior do humano: realizar-se para ser feliz.

Descoberta que contextualizou a vida no próprio existir, por meio da flexibilidade cognitiva, e tudo o que não era feito antes — servir, colaborar, doar — se tornou hábito que se converteu em despertadores que, de tanto desfecharem, despertaram o pensamento crítico… E foi somente nesse instante que muitos educadores deixaram cair a ficha: retrocederam o olhar, certificaram-se do ponto em que estavam e conscientizaram do quanto arremeteram, e esse avanço posicionou os seus alunos na linha do horizonte de cada eu, que aprendeu a explorar o potencial para harmonizar aprendizagem com crescimento humano, ao trabalhar as habilidades do futuro.

O despertar docente, incitado pela autonomia discente, emitiu o alerta máximo ao sistema: “Reflita em homeschooling”. Sua prática deixa o processo de ensinar mais atraente, pois o aluno do novo mundo ambiciona aprimorar as habilidades do futuro, e isso requer novas ferramentas, novas competências para expor ideias que germinaram no isolamento, e tais ideias incitam questionamentos, pois os alunos querem um novo aprender para um novo conviver com as diferenças e, assim, tornarem-se resilientes para viver em grupo.

A crise incitada pela Covid-19, de tão implacável, instigou a digitalização da vida. Compras, encontro com os amigos, Educação, afazeres, reuniões… Tudo digital. Nessa transição, o professor aprendeu na bruta o que deveria ter aprendido em anos de ofício: manejar ferramentas digitais como instrumentos pedagógicos. O processo o instruiu para angariar subsídios, novas habilidades, desvendando a relevância do smartphone para produzir vídeos que aliciam os alunos.

O professor aprendeu a fazer, a manusear ferramentas antes ignoradas… Aprendeu a fazer para delinear a rota do aprender e fortalecer a base do relacionamento professor-aluno. Aprendeu a fazer para formar uma geração que finaliza o ano letivo distante da sala de aula… Sala que não pode ser a mesma quando for reaberta, exigindo do sistema, que perdeu a direção do ensinar, a apresentação de novas alternativas e ferramentas digitais, pois o ensino online efetivo deve ser posto no topo da lista das prioridades, para que ambientes virtuais de aprendizagem sejam realidade.

Assim, é preciso ponderação, planejamento… O retorno exibirá o professor com outro olhar, o aluno com outro olhar. O próprio planeta terá outro olhar, e não temos como impedir que esses olhares se encontrem e promovam as mudanças almejadas na Educação. O olhar da escola deve se alinhar ao da geração focada no que quer, pois descobriu o caminho e por nada permitirá que seus olhares sejam repelidos, e mais: as circunstâncias do professor na escola têm que ser revistas num todo.

Esse todo vai desde a valorização e formação até adequações físicas para proporcionar um ambiente de trabalho sedutor. No pós-quarentena, o protagonismo discente virá com tudo. Nesse tudo, o professor terá que ter a plataforma organizada. O bom é que a independência do aluno aliviará a carga do professor, que terá tempo para observar, avaliar, delinear novos caminhos sem interromper o processo, contrabalanceando avanços, dificuldades e atrasos para promover um aprender contínuo.

O desafio de ser professor em tempos de isolamento

A arte de reinventar se tornou tão contemporânea nas práticas docentes em tempos de isolamento que muitos professores se surpreenderam com os próprios feitos. Como a regra é cada um recluso no seu quadrado, conservando a distância mínima de segurança, o professor se viu instigado a desenvolver novos modos de aplicação de conteúdos para se habituar ao novo modo de coexistência.

Como em todas as situações onde o agir docente faz a diferença, o professor mais uma vez evidenciou resiliência, ratificando capacidade de adaptação ao buscar, em meio às dificuldades, reveses para contornarem problemas, e, mesmo com a deficiência de recursos tecnológicos, fez-se valer do que tem — grupos de WhatsApp e até Google Meet — para desempenhar o seu papel.

Sem pensar nos desacertos, apostou em videoaulas. Errou, recomeçou, ajustou, aprendeu a explorar o mundo virtual, começou a se organizar… Evoluiu, passou a avaliar tematicamente online e desvendou que as redes sociais, além de espaços que promovem a interação, aproximam, estreitam relacionamentos e, se aplicadas a favor da Educação, são eficazes ferramentas no agenciamento da aprendizagem.

As cadências de buscas, aprendizagem e desaprendizagem disseminaram por terra um mito: a resistência do professor à tecnologia. Muitos chegaram a esse nível por atrevimento e, certamente, não param mais, pois progridem à medida que se familiarizam com as tecnologias que salientam um novo horizonte do ensino. Muitos admiraram o próprio feito ao avaliarem trabalhos dos alunos desenvolvidos com um dispositivo sempre reprimido na sala de aula: o smartphone.

A batalha de cada professor em nome da Educação, além de um legado, deixa uma lição de vida. Lição que doutrina cada um de nós para arrostarmos os impedimentos como desafios, para que a vitória não seja uma recompensa, mas um reconhecimento… O autêntico educador, de tão hábil, despiu-se dos ranços disseminados pelo sistema para deixar a sua digital em vidas que acreditam no seu trabalho para serem e, assim, arremete-se, rompendo o altruísmo discente e, para tal, esquadrinha conteúdos, converte dados em informações, compartilha conhecimento, trabalha realidades e, de tal modo, proporciona o desenvolvimento humano.

O sistema teve que tropeçar no próprio orgulho, reconhecer a sua incompetência e se curvar ante o autêntico educador, que não se deteve perante barreiras edificadas pela Covid-19 — que não permite a aproximação, um toque — pois, mesmo a distância, posicionou o smartphone, soltou a voz e deu o seu recado, e esse atuar retrocedeu como resposta de um profissional que não tem o reconhecimento merecido, todavia não abdica, impelido pelo desejo de ver o seu aluno vencedor.

Contudo, deixou sua marca no horizonte de um sistema falido, que ressoa como réplica: ser professor vai além de uma profissão, tampouco do ensinar, do aprender… Ser professor é se entregar, dar o melhor de si… Ser professor é perseverar para não recuar ante as dificuldades, concentrar coragem para prosseguir, fazendo da audácia combustível que gera a força para afrontar um presente que choca… E, assim, esquadrinhar, reinventar, recorrer à sabedoria para não eliminar o futuro, que é o instante seguinte. Tão somente desempenhar o papel de mediador do conhecimento na vida daqueles que reconhecem que ser professor é irromper as próprias limitações, não medir esforços para — mesmo a distância — reestruturar, reconduzir, fortalecer o outro… Esse operar é enfatizado com tamanha significância que humaniza a Educação.

O magnífico nesse universo é que a palavra, a maior influenciadora no processo de aprendizagem, destaca a protuberância do professor no processo educacional. Por mais que a tecnologia se arremeta a ponto de humanizar a máquina com uma inteligência artificial além-humana; por mais que as influências das suas ferramentas fechem o cerco em torno do humano no intuito de sobrepujá-lo, no universo sala de aula, o humano professor é ferramenta essencial. Pode-se evoluir, converter a Terra no planeta de avatares… Mas um dos setores para o qual a máquina terá que se curvar e contentar em ser aliada do humano é a Educação.

A máquina pode ser eficaz na aplicação de conteúdos, até mesmo atingir um nível de aprendizagem satisfatório, mas a palavra na voz do professor é, e sempre será, a direção, excepcionalmente, para harmonizar aprendizagem e transformação de comportamento com desenvolvimento humano… A presença do humano professor é segurança, afetividade, sensibilidade… É vida que se doa, compartilha sentimentos, valores… Molda personalidades…

É inegável, a máquina seduz… E com os avanços incoercíveis da tecnologia, que permite o atendimento cognitivo por Aura, Joice… Para o sistema desenvolver o Sedu para manejar a palavra com maestria, é questão de tempo… Mas a palavra na voz do professor retine com autoridade, até mesmo além da sala de aula. O seu falar não apenas difunde conteúdos da disciplina… Cala rumores. E é na eloquência desse silêncio que a rota que interliga os saberes com os que têm sede de aprender é delineada. É no ressoar dessa voz que o aprender sobrevém de forma tão espontânea, que, na transição entre o parar para pesquisar e o recomeçar para projetar, é possível redirecionar olhares que vislumbram com o seu falar, o ponto de alusão para se auto-orientar pelas veredas do aprender.

Assim é ser professor! Ofício que estabelece habilidades para conduzir, competências para acompanhar o crescimento, força para romper as fronteiras do aplicar conteúdos, avaliar com o mínimo de subsídios e reconduzir.

Assim é ser professor! Artista que não sacia a fome de buscar, a sede de aprender… Nem abandona o compromisso para proporcionar um ensinar homogêneo.

Assim é ser professor! Mestre em dilatar horizontes, visualizar o amanhã como uma promessa de dias melhores, pelo comprometimento agora.

Assim é ser professor! E como é difícil falar do professor, até mesmo para quem pisa no solo da sala de aula. Pois ser professor não é uma tarefa fácil, porque professor não é profissão, é arte. Arte de ensinar, arte de afeiçoar vidas, arte de arremessar para a vitória… Por isso, não devemos encarar professor como uma profissão, pois o seu papel, de tão fundamental à formação das profissões, torna-se único, essencial, insubstituível.

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